Repressão Sexual

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Que inveja! Esse era o sentimento que eu tinha quando ouvia minhas amigas rindo e falando de suas transas. Quanto a minha repressão sexual? Eu nem pensava nisso! Só tinha inveja de quanto tesão sentiam, do que tinham feito, de quem seria o próximo ou como seria o próximo encontro com aquele mesmo cara da noite quente… Ouvia sem poder falar muito. Acho que eu ficava era com cara de paisagem, rindo junto pra não ficar de fora e me sentindo mal, muito mal… Tentava desviar julgando minhas amigas como vulgares ou “pouco profundas” em termos de sentimentos mas, na real, eu tinha inveja… O que havia de errado comigo? Será que esse negócio de se soltar e curtir rola só com algumas pessoas?

Se eu ultrapassasse a inveja e observasse o que acontecia comigo na hora do tesão (sim, eu sentia muuuuito tesão) ou do “amasso”, como a gente dizia, eu podia perceber que o sentimento que mandava na hora de ir adiante e transar com meu namorado era o MEDO. Bem assim, com letras maiúsculas, porque ele era grande mesmo. Eu até falava que meu medo era maior que minha vontade de transar, o que só aconteceu quando eu tinha 17 anos. E assim passou minha adolescencia, época dos hormônios em fúria, como diz um amigo meu. E bota fúria nisso! Eu e meu primeiro namorado (eu com 14 anos e ele com 15) morríamos de tesão um no outro! O namoro durou um ano e meio e aí acabou porque eu não dava pro cara de jeito nenhum! Que lástima! Hoje olho pra tras e me dá uma dor gigante… poderia ter vivido um monte a minha sexualidade com uma pessoa que eu amava e muito! Ter me experimentado, aprendido juntos! Nossa, teria sido muito bonito! Ou, da forma que fosse, com certeza teria sido melhor que a realidade. Na prática, so me reprimi… ou melhor, fui reprimida! Resultado disso não foi só o atraso de 3 anos pra ter minha primera transa. Foram marcas gigantes de moralismo e travas que carrego até hoje. Num período, cheguei passar 8 meses sem transar e sem nem sentir a mínima vontade! Totalmente desconectada dessa energia em mim. Se isso acontece com você também, saiba que ISSO TÁ ERRADO!!!!! Não é natural, não é bom, não é saudável!

Afinal, como uma pessoa se torna reprimida?

A repressão sexual acontece subjetivemente na nossa volta e diretamente conosco desde que nascemos! Com frases e atitudes fortes, com agressão física, em conta-gotas com frases medianas e politicamente corretas e repressivas ou com olhares severos reprovativos (daqueles que criam culpa e que fazem qualquer um se encolher sem nem precisar falar nada). Quem fez isso? Nossos pais, principalmente, e todos em volta: escola, vizinhos, igreja, familiares,… Você sabe, aconteceu contigo! Crescemos ouvindo que sexo é feio, perigoso, tem que ter cuidado, ter a pessoa certa, o lugar certo, a hora certa, que podemos nos arrepender, que vamos ser usadas, que quem transa muito é puta, vulgar e por aí a fora. Acha que esses conceitos mudam assim tão fácil?? Nada! Isso fica no corpo, impresso em tensões corporais que agem na hora de sentir tesão, na hora de ter orgasmo, na hora de se entregar numa relação e “sair da cabeça”. Reverter isso não é fácil, mas é possível. Primeiro que não existe isso de gente que sente mais tesão que outras. Existe sim, pessoas mais reprimidas que outras! Também existem aquelas um tanto fissuradas em sexo, onde transar é quase uma droga, uma descarga, o que não é nada bom também. Mas o assunto aqui é pra turma da repressão (ou seja, 99 por certo da população, em algum nível…)

Mas e aí, tem saída?

Pra início de conversa, é importante você parar de acreditar que transar pouco é normal ou que muito tesão não é pra ti, porque tudo isso é mentira. A partir daí você pode buscar se conhecer mais e trabalhar a tua repressão, ver as causas de tanto bloqueio e achar uma saída! Mas tem que querer! As meditações ativas e a Bioenergética são ferramentas maravilhosas neste quesito! Você vai, de alguma forma, mexer teu corpo e respirar muito, desbloqueando as tensões e deixando teu corpo muito mais leve, com mais energia, com mais “espaço interno” pro teu prazer fluir. A partir daí, impossível tua vida não mudar! A menos que você, caro protagonista da tua própria vida, não queira. E digo isso porque muita gente não quer. Mover com a repressão sexual, nos tornarmos mais vivos e atraentes pode significar problemas, aos olhos de quem tem muito medo ou uma visão medíocre a da vida! Sim, porque mais sexualidade também significa mais energia, mais prazer, mas vontade de viver a vida, menos vontade de fazer coisas chatas, mais expontaneidade pra dizero que pensa e muita gente pode não gostar disso… Talvez até teu parceiro estranhe… mas se o bonito se der conta que sua parceira está mais feliz e cheia de energia, inclusive pra ele, será burrice ou muito machismo não te apoiar! O sistema? Esse sim te quer bem infeliz, bem Amélia, bem comportada, bem domesticada, bem consumista! É assim que ele se mantém, as custas de pessoas infelizes e, por consequência, consumistas.

Mas vou voltar ao ponto do parceiro, porque acho pertinente e é aí que tudo empaca!

As mulheres são inconscientemente acontumadas a agradar os homens, historicamente. Então, se você tava acostumada e se moldar à energia do teu parceiro e começar a bancar tua energia sexual, o teu prazer, se soltar mais sem medo da opinião dele, alguma coisa vai mudar! Quando comecei a me conectar mais com minha energia sexual, meu parceiro estranhou… Eu, que sempre me achava a reprimida, com menos energia que ele, comecei a me dar conta que eu tinha muuuita energia e que se eu me soltasse, ele era quem não me acompanhava!!!! Tcharam!!!!! Surpresa!!!! Claro que ele estranhou! O resultado? Ele teve que se mexer também! Mexer com sua sexualidade. E isso só fez bem pra nós dois! Crescemos juntos e valeu a pena!

Então, bora mexer, chacoalhar, quebrar com a repressão sexual e resgatar tua
sexualidade?! Teu tesão pela vida, por ti mesma! Que tal??

Como aumentar seu tesão

Shuyam – Terapeuta do Namastê

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