Sentir mais prazer X Repressão Sexual

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Se alguém te perguntar “quer sentir mais prazer no teu corpo, na tua vida?” obviamente a resposta será “claro que sim”, “com certeza” e por aí vai. Mas será mesmo???

Claro que ninguém é suficientemente louco pra dizer “Não, eu prefiro sofrer!”, mas inconscientemente podemos estar criando essa resposta pras nossas vidas… Faz sentido? Já explico.

A questão é que podemos estar emocionalmente viciados a lidar com dores, sofrências, preocupações e problemas. Se estamos mal, todos se compadecem, se dispõem a ajudar e por aí a fora.

Mas se estamos felizes e apaixonadas, poucos dão bola… dá até uma certa culpa de estar bem, né? Como se algo estivesse errado. Te identifica comigo?

Se parar pra pensar e olhar mais profundamente pra tua vida, facilmente poderá perceber que somos criados a base de muito medo, repressões, olhares tortos, caras feias e ameaças de castigo, certo?

Principalmente quando se trata de sermos seres sexuais, espontâneos e naturais. Você certamente deve lembrar de frases como “Tira a mão daí!”, “ Vou contar pro teu pai!”, “Cuidado, Deus está vendo tudo!”, “O que os outros vão dizer?”, “O que vão pensar de ti?” E por aí a fora… Só que a curiosidade sexual é algo orgânico e involuntário no corpinho de uma criança!

Ela simplesmente sente! Assim como fome, sono… E não há nada de errado com isso! Aliás, o tesão na adolescência e vida adulta também, né?! Mas voltando para a infância, e talvez você se lembre de como era contigo, as sensações surgem no corpo e logo aprendemos que temos que reprimi-las, que é errado sentir aquele prazer ou querer esse prazer.

Me lembro de trocar selinhos com uma amiguinha, bem escondidas é claro! A sensação era ótima. Um dia, no enterro do meu tio, perguntei a minha mãe pra onde ia a pessoa quando morria e minha mãe disse “ teu tio vai lá pro céu, vai ficar junto da tua avó olhando agente aqui em baixo.” Levei um susto!!!

Então minha avó, que já tinha morrido fazia um tempo, tava vendo tudo que eu fazia??!!! Adivinha o que aconteceu? Parei completamente com minhas brincadeiras… Hoje olho pra trás e sinto uma dor com isso…

Como poderia ser tão melhor a minas sexualidade se eu pudesse ter trocado, brincado sem culpa com minhas amigas e amigos?

Quanta terapia foi necessária por causa de uma adolescência com tanto medo e vergonha de sexo?? E o pior é que essas repressões não somem assim tão fácil! A gente tem que ralar!!! E tem que querer!

Sim, querer escarafunchar na nossa estória, mexer e sentir o que aconteceu no passado, querer ter mais prazer, querer transar mais e acreditar que tem saída, que podemos mudar isso!

Porque se você se conformar com tua sexualidade medíocre, saiba que ela vai continuar assim ou, muito provavelmente, piorar. A vontade de transar vai ficando cada vez menor e o pior é que muita gente acha que é assim mesmo…

Já aconteceu comigo!

Eu mesma já fiquei seis meses sem transar e sem sentir a menor falta! Quando me dei conta (e isso aconteceu quando eu tinha só 23 anos!) percebi que algo deveria estar errado… como assim, nem sentir falta de algo tão bom?!

Claro que eu tava mais cabeçona, mais preocupada, mais chata… porque é isso que acontece quando a gente se esquece do corpo e dos sentimentos: vira uma “cabeça ambulante”, cheia de punhetas mentais, de certos, errados e muito distante do nosso instinto e do nosso coração.

Se você não lembra da tua estória, te conecta com teu corpo de agora e como você lida com tuas sensações. Você tem o corpo tenso e rígido? Se preocupa demais e tem dificuldade pra relaxar?

Precisa beber ou se desconectar de alguma forma pra transar? Se sim, tua dificuldade pra sentir e querer prazer na tua vida seve ser inversamente proporcional as tuas tensões, medos e preocupações.

Talvez seja hora de rever teus conceitos e, mais do que isso, mexer com teu corpo. Não tem como relaxar com a sexualidade se você está tensa, preocupada, culpada, ou com tua auto-estima abalada.

Tá, mas tem saída mesmo?

Sempre tem! Voltando a falar em conhecer a própria estória, um outro fator que influenciou muito na minha sexualidade, ou na repressão desta, é que minha mãe era uma mulher muito sensual, vaidosa e falava muito de sexo.

O problema disso tudo que sexo, sua imagem e homens eram mais importantes que eu. Eu simplesmente odiava ouvi-la tocar no assunto.
A partir daí, duas coisas importantes se desenrolaram: uma é que eu achava ela linda, me sentia menos e parecia que esse mundo da sedução e tal era pra ela e não pra mim.

Outra que, por raiva, eu não queria ser como ela! Uma vez que eu não achava ela nada inteligente, fui estudar engenharia, fazer mestrado, doutorado… Me tornei uma pessoa fria e, veja só, até machista!

Ainda bem que as coisas mudam, né?! Me dar conta disto tudo, entre outras coisas a ver com meu pai também, obviamente, me ajudou muito pra ver de onde veio a minha repressão, ver que não nasci assim!

Ver que minhas tensões, medos e vergonhas foram se estruturando em meu corpo por causa do que aprendi e recebi na minha vida! Enfim, um “holofote” no fim do túnel!!!!

A busca por mais prazer pode ser uma grande aventura, uma grande descoberta de ti mesma! Sim, a delícia de querer saber, sentir o que você precisa a cada momento, longe de comparações e receitas de bolo que só servem pra bolo!!!

Cada pessoa é única, cada estória é única e são imensas as possibilidades disponíveis! Quando o assunto é sentimentos, tesão, prazer e tudo mais que cabe no corpo de cada um, depende só de nós escolher embarcar nessa viagem e querer sentir mais prazer!!!

“Basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo!”. Que tal começar por pra ti mesma?

Shuyam

(Terapeuta do Namastê)

 

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